No castelo dos mouros, de Vilarinho dos Galegos [Concelho de Mogadouro], segundo diz a lenda, estão encantados um mouro e uma moura. Os tesouros neste castelo são enormes – diz-se. Ali existem teares de ouro, baús e malas atestadinhos de moedas de ouro, barras de ouro e prata, aos montes. Este tesouro desencantado chegaria para enriquecer o país inteiro.
Conta-se que em tempos um homem destes sítios visitava amiudadas vezes o castelo. Um dia apareceram-lhe os mouros, mostraram-lhe aquela grandiosa riqueza e disseram-lhe:
– Se queres ser senhor de todos estes tesouros, hás-de desencantar-nos. Para isso basta que tenhas coragem. Estás aqui, neste local, na noite de S. João, à meia noite em ponto; aqui virá ter um toiro bravo, urrando e fazendo barulho, mas não tenhas medo, que o toiro sou eu; não hás-de fugir nem falar no teu Deus; logo que chegue a ti põe-lhe a mão na testa, e basta.
O homem aceitou. Na noite de S. João, à meia noite, lá estava no lugar marcado. Mas, eis que aparece o toiro, urrando e escavando no chão com as mãos e pés; e o homem, cheio de medo, vendo aproximar o toiro, foge gritando:
– Ai Jesus, quem me acode! Ai Jesus, quem me acode!
Tudo estava transtornado, é claro, e os mouros que se julgavam livres, desapareceram no meio de suspiros e dolorosos ais, e lá voltaram para o seu penoso cativeiro com o encanto dobrado.
No termo de Vilarinho dos Galegos, concelho de Mogadouro, quilómetro e meio daquele povo, fica o Castelo dos Mouros, de que ainda há paredes com dois e três metros de altura, restos de muros e fossos
No Castelo dos Mouros está uma moura encantada, que na manhã de São
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