segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Feira da Gastronomia 2009


---Domingo passado, por terras Ribatejanas, não pode perder a oportunidade de num pulinho, fazer uma breve visita à Feira da Gastronomia 2009, que decorre até ao dia 08 de Novembro em Santarém.
O certame realiza-se na Casa do Campino de Santarém, e ali acolhe as mais diversas especialidades gastronómicas de todos os pontos do País e Ilhas.
Alegrou-me constatar que Trás-os-Montes, não tivesse ficado de fora em mais um dos vários manifestos culturais, que cada vez mais se realizam um pouco por todo o País. Representam-nos naquele certame ao que pode verificar duas Tasquinhas Tradicionais da zona de Bragança, onde não faltam iguarias de primeiro plano, como a chouriça assada e as belas alheiras, por sua vez num outro pavilhão, também o restaurante Académico ali marca presença, onde a especialidade de referência é a afamada Posta à Mirandesa.
No que toca ao artesanato, alegrou-me ver, que além da já habitual presença das tradicionais “Navalhicas Palaçoulas”, um pequeno stand pertencente á Associação dos Artesãos do Concelho de Mogadouro, que com belas colchas de linho, dava e dará a conhecer, aos demais visitantes durante os restantes dias do certame, um pouco das nossas artes e ofícios.
É sempre reconfortante, quando longe de casa e sem contar com isso, nos deparamos com caras conhecidas ou algo que nos representa no bom sentido, os meus sinceros parabéns, á Associação dos Artesãos do Concelho de Mogadouro.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Feira dos Gorazes

Tempo de gorazes, a chamada feira de ano do Concelho de Mogadouro.

O nome gorazes têm origem medieval, assente no termo "gorax", que dá nome à feira, é de origem grega e significa carne de porco, carne esta que a seguir ao pão, constitui a base da alimentação do povo transmontano. Esta palavra foi aplicada ao certame porque era nesta feira, que se pagavam os impostos com carne de porco, segundo explica o historiador António Mourinho.
Para além disso, ditava a tradição que "os gorazes” anunciavam a altura certa para começar a época das matanças do porco e não só, pois é também nesta época do ano que se preparam os campos para receberem as sementes, pois o agricultor advinha estar na eminência da chegada das primeiras chuvas, que na tradicional linguagem popular se diz que fará a terra parir. Hoje, a carne do porco vende-se todo o ano e em qualquer parte, mas na altura as pessoas iam aos gorazes para comprar a primeira marra, como então lhe chamavam, termo que prevaleceu até aos nossos dias, contudo haja muito mais gente a chamar-lhe de entremeada ou barriga e levavam aquela carne como se fosse um mimo que só ali se podia adquirir. Na feira vendia-se então todo o tipo de produtos agrícolas, hortícolas e agro-pecuários, havia um dia para a feira dos burros, que era o dia 15, no dia 16 decorria a feira normal e no dia 17 realizava-se a feira do gado.
Do ponto de vista social, este era um acontecimento de grande importância para a vila, ali acorria gente de todo o lado, uns vinham a pé, outros a cavalo, e pernoitavam na vila, era então que se cantavam os fados à desgarrada, jogava-se às cartas e claro, a festa era também aproveitada para dar início a alguns namoricos.
A nossa vila de Mogadouro, possui feira desde o ano 1290, no entanto, os documentos referentes aos gorazes datam apenas do ano 1760. Esta era a feira mais importante do ano, altura em os mercadores expunham as suas mercadorias em tendas espalhadas por toda a vila. Hoje em dia a feira assumiu um carácter moderno, estende-se pelas principais ruas da vila sim, contudo, concentrada no novo Parque de Exposições, mas continua a atrair muitos visitantes e industriais de todos os ramos, á Vila de Mogadouro.

Programa Feira dos Gorazes 2009


Programa Feira dos Gorazes 2009


terça-feira, 13 de outubro de 2009

I Festival da canção do Planalto Mirandês 1984

Decorria o ano de 1984, quando por intermédio da Associação F.A.O.G. de Bragança, foi organizado o “I Festival da Canção do Planalto Mirandês”.
Este festival tinha como objectivo eleger a melhor canção de entre os vários concelhos do distrito de Bragança, pelo que fora dado pela organização, com tema obrigatório, para todos os poemas das canções concorrentes, Trás-os-Montes.
Após ser eleita a canção vencedora de cada concelho, realizar-se ia uma semi-final em Vimioso, sendo que as canções que ali se apurassem, disputariam a grande final, na Capital de distrito Bragança.
Como tal Mogadouro, realizou no salão dos B.V.M, um concurso para apurar qual seria a canção que iria representar o concelho, na semi-final de Vimioso e quiçá, se acaso fosse eleita pelo júri de Vimioso, representar-nos também na grande final que iria decorrer na Cidade Bragança.
De entre as canções interpretadas pelos artistas da nossa terra, foi eleita como canção que representaria o concelho e Mogadouro o tema, “Sou cavador sou poeta”, composto e interpretado por Carlos Albano e Elisabete Verde, seguindo-se em lugar o tema “Faz-me Lembrar o Passado”, composto e interpretado por Victor Lopes, Amélia Alfândega e Lúcia Alfândega.
Na tentativa de se conseguirem apurar na semi-final de Vimioso, os intérpretes dos dois temas uniram-se, e interpretaram conjuntamente o tema "Sou cavador sou poeta", nesta semi-final e ao que consta sem dificuldade venceram , marcando assim presença na grande final de Bragança.
No dia da Grande final após terem sido interpretadas as melhores canções de todos os concelhos, do distrito de Bragança, verificou se um empate técnico entre a canção que nos representava e a canção que representava a cidade de Bragança, que tinha como titulo “Aguarela Transmontana”, composta e interpretada pelo grupo Sete Mares, empate este ao que me foi contado, “arranjando”, á custa de alguma batotice, e imagine-se só, feita por um Sr. Padre, que fazia parte do júri e que dizia “a capital é Bragança e assim sendo Bragança é que tem de ganhar o festival”, consta que graças ao Dr. Almeida que também este, fazia parte do júri o tema “Sou cavador sou poeta” a muito custo, acabou por sair vencedor e o Sr. Padre Sobrinho como vencido……


--- Bom, fica-vos aqui o tema, Sou cavador sou poeta, que convenci o meu pai, Victor Lopes a tocar e cantar, para o poder colocar aqui no meu blog…

SOU CAVADOR SOU POETA

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

As Minas da Fonte Santa

Há alguns dias atrás, enquanto visitava um Blog dedicado á Aldeia das Quintas das Quebradas, do Concelho de Mogadouro, “O TOMBARINHO”, chamou-me atenção um artigo ali publicado, acerca das Minas da Fonte Santa, e das propriedades curativas , que possui a água que ali brota, de pequenas fendas na rocha.
Pode ainda ler-se naquele artigo, algumas frases que transcrevi, da autoria de um tal Almeida, datadas de 1970.


“ Na encosta da Serra do Valmeirinho encontram-se várias minas de sheelite no sítio denominado Quinta das Quebradas, do termo de Mogadouro. Aqui se tem referido às vezes esta nascente, mas na realidade, embora no limite do concelho marcado pela própria ribeira, pertence a Lagoaça, de Freixo de Espada à Cinta” ( Almeida 1970)

Natureza das águas:

Subgrupo das sulfúreas sódica, hipotermal, alcalino sódicas (Almeida.1970)

Indicações:

“ Em doenças de pele, principalmente nos eczemas crónicos”

“Aqui se juntam os doentes, acampando debaixo de quatro oliveiras, lavando-se na concavidade da rocha tantas vezes ao dia e tantos dias até que se vejam de todo curados.” (Almeida, 1970)

Segundo o autor do artigo, a Fonte situa-se num local de difícil acesso, num lugar denominado por Quinta da fonte Santa, e que uma vez neste local, surgir-nos-á de fronte um vale abrupto, entre gigantescas fragas de xisto, vale este onde corre a Ribeira Santa.
Pois posso-vos dizer que o autor tem toda a razão no que escreveu á cerca deste local, é sem duvida um lugar lindíssimo, e de difícil acesso para curiosos, mas melhor do que vos o descrever por palavras será verem filme que realizei durante a visita.


Um agradecimento especial, ao meu amigo e guia improvisado, Sr. Fernando de Meirinhos, pela disponibilidade e boa vontade que demonstrou, em me acompanhar e transmitir alguns dos conhecimentos que tinha acerca das origens deste local e mutações que ali ocorreram durante a exploração mineira.

A Fonte Santa