sexta-feira, 2 de julho de 2010

Quadra da Fome

Desconheço a contextualização e razões do autor, ouvia a um cantador de ocasião e também este não soube informar as origens...



A fome nasceu em Travanca
depois foi para Brunhosinho,
O pai era de Saldanha,
e a mãe de São Martinho

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mouros e Mouras encantadas

Mouros e Mouras míticas do Concelho de Mogadouro

"Ponta de relha ou pé de ovelha...."


Em Valverde


O caminho da moura encantada


Em Valverde, concelho de Mogadouro, num sítio chamado Cabeço do Castelo há um tesouro encantado numa área de terreno. Diz o povo que só pode ser achado pela "ponta da relha e pé da ovelha".

Há também ali perto os Barrocais, onde fica a "Fraga dos Mouros". Esta fraga está coberta de musgo, mas pode ver-se nela um carreirão a todo o comprimento onde o musgo não nasce. O povo diz que é o caminho por onde passava uma moura encantada.

Na aldeia há também duas fontes de mergulho, onde se diz que está uma moura encantada. Os mais velhos, especialmente as mães, diziam às crianças para não irem para lá sozinhas, pois a moura apanhava os meninos.

Em Zava

Lenda do Poço do Dourado


Na povoação de Zava, do concelho de Mogadouro, há um espinhaço montanhoso que é conhecido por "Cimas de Mogadouro". E neste local está uma gruta a que o povo chama "Poço Dourado", a propósito de uma lenda muito antiga.

Conta-se que uma jovem pastora, enquanto o gado bebia, sentou-se na borda do poço a descansar e, de repente, viu reluzir na água um cordão de ouro. A pastora apressou-se a volteá-lo na mão, só que dobou, dobou, e o cordão nunca mais acabava.

E como o peso já era muito, resolve então cortar o cordão com um calhau afiado, dizendo:


– Para um par de meias já chega.

E nesse momento, ouviu uma voz desconhecida que lhe disse:

– Dobraste o meu encanto e fizeste a tua desgraça.


Era uma moura que ali estava encantada. Aturdida, a pastora olhou para um lado e outro e não viu ninguém. E nesse instante, todo o ouro desapareceu.

Em Santo André

A Fonte do Ouro


em Santo André, na freguesia de Valverde, Mogadouro, uma fonte onde as mulheres costumavam ir lavar a roupa. É conhecida como a Fonte do Ouro e diz o povo que está lá uma moura encantada.

Conta-se também que um dia uma mulher estava a lavar a roupa naquela fonte quando se lhe ardulhou uma corrente de ouro ao botão de uma camisa. Ela começou então a puxar, a puxar, e a dada altura, sentindo-se já cansada, disse:

– Valha-me Deus!

Ao dizer tal, a corrente desapareceu. A mulher ficou muito desiludida e contou no povo o sucedido. Por isso a fonte passou a chamar-se "Fonte do Ouro".

Em Vale da Madre

A Lenda de Vale da Madre


Conta-se que os mouros estavam na serra de Mogadouro e que os cristãos correram atrás deles, indo encontrar-se num vale onde travaram uma grande batalha.

Aí os cristãos, no meio de grande aflição, pediram ajuda a Nossa Senhora, prometendo dar àquele lugar o nome de Vale da Madre de Deus. Como ganharam a batalha, cumpriram a promessa e assim nasceu o nome desta terra.

Em Brunhoso


A Lenda da Fraga do Poio


A certa distância da aldeia de Brunhoso, concelho de Mogadouro, no caminho do Poio, existe uma grande fraga redonda, com uma grande rachadela, e que é chamada a Fraga da Tecedeira, embora também seja conhecida como a Fraga do Poio.

Contam os mais velhos que, em tempos antigos, houve por aquelas bandas uma luta com os mouros, onde foi raptado um príncipe cristão que tinha amores com uma bela princesa moura.

Passado algum tempo, quando os mouros já se tinham ido destas paragens, apareceu ali a jovem, cheia de desgosto, e refugiou-se na dita fraga, na esperança de o príncipe um dia voltar. Esperou semanas, meses e anos. E depois de tanto esperar, resolveu pedir à senhora Miquelina, que ali passava todos os dias, a ver se lhe arranjava um tear para ocupar o tempo.

A senhora Miquelina, como era a tecedeira mais importante da região, arranjou-lhe então um tear. E dizem que ao passar-lho para as mãos, este transformou-se num tear de ouro. O príncipe nunca mais apareceu, mas ela continuou lá a viver e a tecer no seu tear. Diz-se que ainda hoje espera a chegada do príncipe. E a fraga passou a ser conhecida como a Fraga da Tecedeira.

Na aldeia cumpre-se hoje a tradição de as pessoas mais velhas chamarem as mais novas e perguntarem:


– Quereis ouvir uma princesa a tecer?

As crianças encostam a cabeça e a pessoa mais velha dá-lhe com ela na fraga.

Elas ficam então com um zunzum na cabeça, e perguntam-lhes:

– Então, ouvistes?


As crianças dizem que sim. Mas, quer tenham ouvido ou não, aprendem pelo menos que nem em todas as fantasias se pode acreditar. E amanhã, serão elas a transmitir essa mesma lição a outros.

Em Algosinho


O Castelo do Mau Vizinho


Por baixo deste lugar [Algozinho, concelho de Mogadouro] se vê, e ainda fora da terra, em cinquenta palmos de altura, um castelo demolido, que dizem ser fabricado pelos mouros e, pelos vestígios que manifesta, fora bem fortalecido.

A povoação de Algosinho (...) assenta na encosta da ribeira de Algosinho, coisa de seiscentos metros acima do Castelo do Mau Vizinho, também chamado Castelo dos

Mouros, ou simplesmente Castelo, que é um pequeno recinto de vinte metros de diâmetro, pouco mais ou menos, cercado de muros de mais de metro de grossura, por um fosso e por uma faixa de dez metros de largura cravada de pedras de mais de metro de altura com a ponta aguçada para cima, à laia de estrepes, a fim de dificultar os ataques da cavalaria e infantaria.

Em Vilarinho dos Galegos

O Castelo dos mouros de Vilarinho dos Galegos


No castelo dos mouros, de Vilarinho dos Galegos [Concelho de Mogadouro], segundo diz a lenda, estão encantados um mouro e uma moura. Os tesouros neste castelo são enormes – diz-se. Ali existem teares de ouro, baús e malas atestadinhos de moedas de ouro, barras de ouro e prata, aos montes. Este tesouro desencantado chegaria para enriquecer o país inteiro.
Conta-se que em tempos um homem destes sítios visitava amiudadas vezes o castelo. Um dia apareceram-lhe os mouros, mostraram-lhe aquela grandiosa riqueza e disseram-lhe:

– Se queres ser senhor de todos estes tesouros, hás-de desencantar-nos. Para isso basta que tenhas coragem. Estás aqui, neste local, na noite de S. João, à meia noite em ponto; aqui virá ter um toiro bravo, urrando e fazendo barulho, mas não tenhas medo, que o toiro sou eu; não hás-de fugir nem falar no teu Deus; logo que chegue a ti põe-lhe a mão na testa, e basta.
O homem aceitou. Na noite de S. João, à meia noite, lá estava no lugar marcado. Mas, eis que aparece o toiro, urrando e escavando no chão com as mãos e pés; e o homem, cheio de medo, vendo aproximar o toiro, foge gritando:

– Ai Jesus, quem me acode! Ai Jesus, quem me acode!
Tudo estava transtornado, é claro, e os mouros que se julgavam livres, desapareceram no meio de suspiros e dolorosos ais, e lá voltaram para o seu penoso cativeiro com o encanto dobrado.




No termo de Vilarinho dos Galegos, concelho de Mogadouro, quilómetro e meio daquele povo, fica o Castelo dos Mouros, de que ainda há paredes com dois e três metros de altura, restos de muros e fossos em volta. Está situado num alto apenas acessível pelo lado norte, onde a defesa é constituída por larga facha de lajes de meio metro de altura enterradas no solo com a ponta aguda para cima, só mui dificilmente permitindo trânsito entre elas. Pelos outros lados defendem-no naturalmente os despenhadeiros que se precipitam sobre o Douro.

No Castelo dos Mouros está uma moura encantada, que na manhã de São João espaneja ao sol a capa de D. Feliz, que foi governador do Castelo, reclamada de campainhas de oiro e prata.


Em Bemposta


A Moura do castelo de Bemposta


Na vila de Bemposta [concelho de Mogadouro] houve em tempos uma mulher, casada, que tinha forno em casa onde todos os meses cozia o pão para sustento da sua família. Quando uma vez estava a começar a amassar, entra pela porta do forno uma mulher desconhecida, mas nova, bela e encantadora, ainda que no semblante se lhe denotava tristeza; sem dar palavra deitou-lhe água na masseira e retirou-se.

A mulher nada lhe disse, mas contou o sucedido ao marido e este respondeu-lhe que se tornasse a ver essa mulher lhe perguntasse o que queria. Dias depois, e à hora de começar a amassar, apareceu a dita mulher. Então a dona do forno pergunta-lhe:


– Quem sois vós, mulher?

– Uma moura, encantada no castelo da vila, e se fores capaz de me desencantar dar-te-ei enormes tesouros que tenho, respondeu ela.


Disse-lhe a outra que aceitava, mas era preciso que lhe dissesse o que ela tinha a fazer, para dar conhecimento ao marido. No rosto da moura raiou a alegria, a sua alma encheu-se de esperança, por lhe parecer chegada a hora de se ver livre de tão penoso cativeiro, e disse:


– Não precisas mais do que ter coragem; na noite de S. João, à meia noite em ponto, hás-de estar no largo do castelo, firme como uma estátua de mármore. Não tenhas medo, não fujas nem fales no teu Deus. O teu marido pode acompanhar-te, mas deve estar oculto. Então irá uma cobra ter contigo, assobiando e fazendo barulho; dar-te á uma volta à cintura e um beijo na testa; depois, logo ali, a sua pele cairá despedaçada em bocados. Não tenhas medo que essa cobra sou eu, e ficarei logo desencantada e livre, e livre ficará toda a minha riqueza e toda será tua.

Assim ficou combinado, e ao bater no relógio as doze horas da noite de S. João lá estava a mulher no local designado, e o marido oculto, ali, noutro lugar, próximo.

Pouco depois ouvem-se assobios medonhos, um barulho estranho e a cobra aparece ao longe assobiando de instante a instante. Mas a mulher, apesar de resoluta, começou a apavorar-se, e quando a cobra ia chegando próximo dela, foge transida de medo, gritando:


– Ai Jesus, quem me acode! Ai Jesus, quem me acode!...

Ao mesmo tempo a moura, que se julgava quase livre, rompe em doloridos e longos suspiros, exclamando:

– Ai que me dobraste o meu encanto, mulher! Ai que estou perdida para séculos!


E nas trevas da noite foram-se perdendo aqueles dolorosos e enternecidos ais da moura encantada, enquanto a mulher e o marido fugiam aterrados para casa.

Em Ventozelo


Os forninhos de Alvagueira


No sítio de Alvagueira, que fica a meia encosta do rio Douro, na margem direita da ribeira de Ventuzelo, existem umas palas nos rochedos chamados Forninhos de Alvagueira, e é tradição que foram habitados por uma gentinha brava que se alimentava de frutas e de répteis. Esta gente saía de manhã cedo pelos campos fora e recolhia à noite.

Frequentava este sítio uma pastora guardando o seu gado, de quem a tal gente era muito amiga e que muitas noites dormia junto ao curral que ficava a pequena distância do caminho dos forninhos. A pastora chamava-se Maria, e de noite quando os selvagens passavam, perguntavam sempre lá do caminho:


– Ó Maria! Tu estás lá?

– Eu estou – respondia ela.

– Pois eu cá vou – tornavam eles.


Próximo dos forninhos havia uns moinhos ribeirinhos que ainda hoje existem, e diz-se que uma ocasião o moleiro estava a assar, a um grande lume que tinha feito, um bocado de carne de porco aproveitando o pingo numa fatia de pão. Mas de repente entra pelo moinho dentro um homem dos da gentinha brava, com um grande espeto enfiado de lagartos e outros répteis, e pôs-se também a assá-los ao lume, começando por querer pingar com o assado do seu espeto no pão do moleiro, dizendo:


– Pinga tu e pingo eu, e comeremos ambos de mistura.

Ao que respondia o moleiro:

– Assar sim, mas pingar não.


Mas o homenzinho tanto teimou em querer pingar no pão do moleiro que este, já enfadado de o aturar, pega no espeto, que era uma vara de madeira, e dá-lhe duas ou três bordoadas com ele, e foge para Ventuzelo todo atrapalhado, com medo que a gente dos forninhos viesse atrás dele e o agarrasse no caminho. O certo é que o moleiro não voltou mais ao moinho e este esteve abandonado largos anos.


Capela de Santa Cruz


Situada no sítio das Eiras, em Ventuzelo, concelho de Mogadouro] é tradição que foi mandada construir por um dos ascendentes dos Távoras que, andando em batalha contra os mouros40, pediu a Deus que o auxiliasse, e se ganhasse a batalha iria, depois dos mouros serem expulsos de Portugal, todos os anos visitar Jerusalém.
Ganha a batalha, derrotados os mouros em toda a linha e expulsos de Portugal, começou ele a cumprir a sua promessa. Foi visitar Jerusalém um certo número de vezes, mas por fim, já velho e cansado com o peso dos anos e trabalhos da vida, não pôde acabar de cumprir a sua promessa. Prometeu então que, em recompensa, mandaria construir um templo no termo de Mogadouro, onde os cristãos pudessem visitar tudo quanto tinha visto de grandioso em Jerusalém.

Em Urrós


Ponta de relha de arado ou pé de ovelha...


Castelo de Bouça de Aires

No termo de Urrós [no concelho de Mogadouro] fica o sítio chamado Picão de Bouça de Aires, a que chamam também Castelo de Bouça de Aires, formado por uns rochedos graníticos, muito altos, onde têm aparecido alicerces de casas e onde há uma escada cavada na rocha de quatro ou cinco degraus. Um dos rochedos apresenta cavidades ligadas umas a outras por sulcos, que, cheios de água pluvial durante o inverno, servem de fonte para muito tempo. Foram abertas pelos mouros, diz o povo.

O Castelo de Bouça de Aires apresenta ainda restos de muros nas partes em que a defesa natural fraquejava e são constante preocupação dos sonhadores de tesouros, que frequentemente lá vão esquadrinhar, apesar de nada terem encontrado, mesmo quando sonham com o tesouro três noites a eito, auspício infalível no seu entender e no de toda a crendice bragançana. Numa das escavações apareceram umas contas pretas, assaz volumosas, indício de já estar perto o encanto, mas rugiram logo estampidos terríficos e tudo fugiu aterrado.


A lenda verseja:


Entre o Castelo de Bouça de Aires

E o sítio de Correchá

Há um bezerro de ouro

Quem o achar seu será.


Mas só aparecerá na ponta da relha de um arado a lavrar, porém até hoje ainda nada surdiu...


terça-feira, 22 de junho de 2010

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Onde é que eu já ouvi isto?

Coquelhada marralheira "Cotovia"
nun t’amarres ne ls adiles
porque bénen ls pastores
i te scáchan ls quadriles.

Ó perrelin pin porra
amprenhei ua pastora
al tuoro dua trobisqueira
l cerron de cabeceira
i ls perros, au, au
i l lhobo ne l ganau

Custa crer mas ye berdade
Que morriu l Senhor Abade
Morriu cun l papo seco
Agarrado a un caneco
I a chupar de l garrafon
Pater Noster, Crialeson (Kirie Eleison) "Abade de Sendim"
Fui anterrado no carreiron
Para ber las fraldas a las mulhieres

Bom, isto são alguns dos versos de uma música tradicional do planalto mirandês, chamada Coquelhada Marralheira, cujo segundo verso o ouvi pela primeira vez da boca do meu amigo Rui Preto, (Abraço), agora imortalizada pelos Galandum Galundaina, com o seu novo álbum.

O primeiro verso retrata o imaginário erótico da época, personificado na Cotovia, que faz o papel das moças, que se amarravam nos adis para os namoricos e ai sim vinham os pastores, mas já não sei é se lhe escachavam os quadriles.......

Quanto ao Sr. Abade de Sedim, ou muito me engano, ou era mais amigo do vinho e das suas fiéis do que de dizer La Missa, atendendo ao conteúdo do verso que faz referência ao reverendo.

Para ouvir a musica clicar no Link em baixo.

http://www.myspace.com/galandumgalundaina



Linha da Fronteira


Linha de Fronteira é uma série de documentários que pretendem mostrar os territórios que fazem fronteira entre Portugal e Espanha.
Mostrando os aspectos sociais, culturais, paisagísticos, urbanos, a série é um bom trabalho acerca de regiões que bebem tanto de Portugal como de Espanha.
No Linha de Fronteira parte II, vêm retratados entre outros, Sendim e Mogadouro, é um retrato do ano de 1993 e irá passar no Canal RTP Memória dia 22FEV2010, pelas 02H36, um tanto ou quanto tarde, para gente trabalhadora, mas fica aqui o apelo para os que poderem ver.
Torna-se interessante pelo facto de podermos rever o quanto, as gentes e a terra mudaram em tão poucos anos, são várias as caras conhecidas, mais jovens por certo, façam por ver que o sacrifício merece a pena.
Nota: Uma pequena nota, para o Palhau e Tiquinho, caso tomem por esta via conhecimento do Documentário, uma vez que aparecem no vídeo em grande plano junto ao nicho de São Sebastião, uma dúzia de anos mais novos.......

sábado, 20 de fevereiro de 2010

No seguimento da rúbrica dos Provérbios, em Fevereiro...

- A Fevereiro e ao rapaz perdoa tudo quanto faz, se fevereiro não for bom secalhão e o rapaz não for ladrão.
- Se a candelária chora, está o inverno fora; se a candelária rir, está o inverno para vir.
- Neve de fevereiro, presságio de mau celeiro.
- O tempo de fevereiro, enganou a mãe ao soalheiro.
- Para parte de fevereiro, guarda lenha no quinteiro.
- Em Fevereiro chega-te ao lameiro.
- Em dia de S. Matias, começam as enxertias.
- Aproveita Fevereiro, quem folgou em Janeiro.
- Aí vem meu irmão março, que fará o que eu não faço. - Em fevereiro, chuva - em agosto, uva.
- Em fevereiro - no primeiro jejuarás; no segundo guardarás; no terceiro, dia de S. Brás.
- Fevereiro coxo - em seus dias vinte e oito.
- Fevereiro faz o dia logo Santa Maria.
- Lá vem o Fevereiro, que leva a ovelha é o carneiro.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CASCATA DE GELO

O frio tem destas coisas.

É SEMPRE BOM TEMPO, QUANDO VEM NO SEU TEMPO....

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

FAIA DA ÁGUA ALTA - LAMOSO

Fica aqui mais um testemunho desta feita em vídeo, da FAIA DA ÁGUA ALTA-LAMOSO.

Só agora tive algum tempo disponível, que me possibilita-se a realização desta peça, espero que esteja do vosso agrado. Já agora, não percam a oportunidade de ali fazer uma visita, são cada vez mais raras as vezes que as chuvas, nos proporcionam espectáculos destes.


---Para os interessados, este vídeo também já se encontra no meu canal do Youtube.






terça-feira, 12 de janeiro de 2010

LENDAS VIVAS




Tiu Zé Maria de Urrós e o saudoso, Tiu Eduardo de Travanca, naturais do Concelho de Mogadouro.
O seu legado dispensa qualquer outro comentário ou anotação.
Tive o prazer de ter convivido com ambos, o meu primeiro contacto com uma Gaita de Foles foi-me proporcionado pelo Tiu Zé Maria.
Ainda me aventurei nas difíceis lides deste instrumento, mas infelizmente, não fui o suficientemente aplicado.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

RETRATO DE TRÁS-OS-MONTES 1976

Retrato de Trás-os-Montes do ano de 1976, por António Reis e Margarida Cordeiro, esta última Transmontana, natural do Concelho de Mogadouro, da aldeia de Bemposta.
Trás-os-Montes, o primeiro filme que assinou com António Reis, tornou-se uma referência para toda uma geração, e 34 anos depois da estreia continua a ser a súmula de algo português.

“Para um povo e para um país à procura de si próprios”, escreveu João Bénard da Costa, “é uma das poucas pedras do caminho que nos pode ajudar a reencontrar a direcção”.

Já enviei alguns comentários a quem colocou este vídeo no youtube, na tentativa de que este me pudesse informar onde poderia encontrar a continuação do filme, mas até ao momento ainda não obtive resposta alguma.
Na legendagem, podemos identificar entre outras, as várias aldeias do Concelho de Mogadouro, onde o filme foi rodado, logo na parte inícial, salta-nos de imediato á vista, a Fraga da Letra de Penas Róias.
As personagens intervenientes são fictícias, mesmo assim este vídeo trás muitas e boas recordações, assim que me for indicado onde poderei encontrar a restante parte deste filme, irei colocá-la também aqui, desfrutem....


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

LOBOS E PASTORES

Histórias de lobos, são muitas, as dos tempos em que este era o único inimigo do homem provinciano.
Na nossa terra, com fortes raízes, no que toca à criação de gado ovino e caprino, o contacto entre o homem e lobo, era parte integrante do quotidiano do homem transmontano.
Ainda que actualmente se continuem a verificar alguns encontros pontuais, entre estes eternos rivais, o número de alcateias, tem vindo a diminuir drasticamente nos últimos vinte anos.
Actualmente, no Distrito de Bragança existem cerca 20 alcateias conhecidas, que se têm mantido estáveis, graças à sua monitorização por parte das entidades competentes, sendo que 5 delas têm como zona territorial o P.N.D.I.
O lobo, é considerado o super predador do Ecossistema Ibérico, a falta de presas naturais, em parte provocada pelo acção homem, faz com que este não poucas vezes, desça das serras para atacar em muitos casos, o único meio de subsistência de alguns pastores, o seu rebanho.
Francamente, o lobo é um animal pelo qual desde sempre tive grade fascínio e tenho pena de que hoje em dia, as suas histórias façam apenas parte dos contos para crianças.
Recolhi algumas imagens, de vários documentários realizados pelo famoso biólogo, Félix Rodriguez de la Fuente, e com elas realizei um pequeno vídeo, por ser sabido que este esteve em várias zonas da nossa região com por exemplo Miranda do Douro, estudando as diversas espécies autóctones , e aqui recolheu imagens para muitos dos seus documentários, de salientar no nosso concelho, as aldeias de Bemposta e Travanca.
Não me é possível afirmar que algumas das imagens que aqui vos apresento, tenham sido recolhidas em algum deste locais, contudo poderá confirmar que a morfologia do terreno e a vegetação se nos irá tornar muito familiar, dando a sensação de terem sido em algumas fases do vídeo, recolhidas numa destas duas aldeias do nosso concelho, ou no concelho limítrofe de Miranda do Douro.
Aliei a estas imagens uma música de Galandum Galundaina, cuja letra relata nem mais nem menos que um desses encontros entre pastor e lobo, espero que esteja do vosso agrado.

----Não estou de acordo, que os pastores tenham de pagar com as suas cabeças de gado, a subsistência desta espécie, mas tenho plena convicção da possibilidade de uma convivência saudável, entre o homem e a natureza.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Provérbios do mês de Janeiro

- Trovão em Janeiro, nem bom prado nem bom palheiro.
- Em 1 de Janeiro sobe ao outeiro: se vires verdejar põe-te a chorar; se vires terrear põe-te a cantar.
- Ao luar de Janeiro, se conta o dinheiro.
- A água de Janeiro, vale dinheiro.
- Bons dias de Janeiro, vêm-se a pagar em Fevereiro.
- De flor de Janeiro, ninguém encheu celeiro.
- Janeiro fora, mais uma hora, e quem bem contar, hora e meia há-de achar.
- Uma invernia de Janeiro e uma seca de Abril deixam o Lavrador a pedir.
- A pesca de Janeiro vale carneiro.
- Janeiro frio e molhado enche a tulha e farta o gado.
- Não há luar como o de Janeiro, nem amor como o primeiro.

Os Galhegos e a Ponte de Remondes


---Há dias em visíta por um dos blogs da terra, o ho mogadoyro, e depois de ali ter lido um artigo relacionado com uma reconstrução a que a ponte de Remondes foi sujeita, após uma cheia que parcialmente a terá destruído, veio-me à memória, um caricato epísodio fictício suponho, acerca da sua primeira edificação.
Desconheço se terá alguma contextualização histórica válida, mas acho pertinente colocá-lo aqui, quanto mais não seja para tentar evitar que este, do qual tomei conhecimento pela tradição oral, se perca no tempo….
Quando ouvi esta história, deveria ter uns 16 anos, foi-me contada pelo tiu Daniel de Remondes, numa das muitas deslocações que o Rancho Folclórico e Etnógrafico de Mogadouro realizava naquele tempo da sua fundação e se bem me lembro o tiu Daniel terá começado mais ou menos assim:

Quando os Távoras senhores do Mogadouro da sua época, deram ordem de construção para a ponte, em data que rondaria o ano de 1580/90, recorreram á mão-de-obra Galega, para a sua edificação.
Uma vez em Portugal os nuestros hermanos, Galhegos, como o tiu Daniel lhe chamou, afirmavam estar muito contentes, pela maneira como eram tratados pelos Portugueses destas terras, dizendo que estes preferiam dar-lhes a eles Galhegos, as couves maduras para o caldo, enquanto nós Portugueses ficava-mos com as verdes para nós, ou seja, dávamos-lhes as amarelas, ás quais eles pela sua coloração, julgavam estarem maduras, e nós toca a comer caldinho verde, enfim….
Bom, certo dia quando já todos os arcos da ponte se encontravam construídos e as obras de assento do pavimento se iniciavam, depois de um árduo dia de trabalho, o cozinheiro de serviço, preparava-se para servir um belo caldo preparado com as famosas couves maduras, a páginas tantas, o cozinheiro com uma grande colher de pau mexia o interior da grande panela onde preparava o mesmo, ao debruçar-se sobre esta para facilitar o trabalho, terá deixado cair para dentro da panela um artefacto, que na época utilizavam para acender o lume, ao qual o tiu Daniel na altura apelidou de tchismes do lume.
Bom não imagino o que seja, lembro-me de ele me ter dito que seria algo semelhante a uma torcida de serapilheira, com cerca de 10 cm de comprimento, e que ficava preto de ser aceso.
Continuando, quando o caldeirão do caldo já se encontrava sobre a mesa e grande parte dos homens já se tinham servido e repetido do apetitoso caldo, "escusado será dizer que não havia mais nada, daí se tornar apetitoso", chegou a vez do cozinheiro se servir da sua parte, eis que ao derramar o caço no seu prato, deu conta do referido e estranho objecto. Como era de noite e a iluminação escassa, não conseguiu identificar de imediato de que se tratava, aquilo que via no seu prato.
Depois de voltas e mais voltas, o cozinheiro acabou por confundir, o pedaço de torcida com uma salamandra.
Ciente da desgraça que se avizinhava para aqueles que já tinham comido o caldo, e que seriam vítimas do coxo do réptil, por este ter sido cozinhado com o caldo, virou-se para os demais e disse:
-“ Olhai rapazes, isto que tenho no meu prato, não sei que raio é, se é Salamandra ou algo mau, mas os que já comeram, que vão mas é a Mogadouro, tomar sal amargo para limpar o coxo.
Ao tomarem o sal amargo, iriam provocar o vómito, sendo na altura, esta a única forma de salvarem as suas vidas.
Fácil será de imaginar, o desespero daqueles homens, que ladeira acima corriam, movidos pela ânsia de se salvarem.
Para quem conhece a ladeira de Remondes, e ainda por cima para quem a tenha de subir, certamente não é dos terrenos mais rápidos de percorrer a quem tem pressa, certo é que enquanto os desgraçados se esgadanhavam direitos ao Mogadouro, o cozinheiro intrigado pelo estranho sucedido, continuou de volta do prato, na tentativa de descortinar do que realmente se tratava, até que a certa altura, deu conta de que efectivamente se tratava do pedaço de torcida que quando se debruçara na panela para mexer o caldo, lhe caíra do bolso do casaco. Sem perder tempo acorreu junto á margem do Rio Sabor do lado de Termo de Castro Vicente, e com a força que podia, gritava:
- Ou..., olhai que não é nenhuma salamandra é um tchismes do lume..., a esta altura os homens que acorriam a Mogadouro, estavam mais ou menos na zona da ladeira, onde hoje se encontra a capela, e com o barulho provocado pelo caudal de inverno do rio, e dos gritos desesperados dos menos crentes da salvação, o que ia mais atrás respondeu:
- “O que já morreram dois…”
É de prever que ao ouvirem o que o mais tardego dizia, terá acontecido um autêntico, esfola, mata, agarra ai quem me ajuda, até chegarem a Mogadouro.
Chegados ao destino, de imediato tomaram o sal, vomitaram, aguardaram por algum sintoma que não apareceu e uma vez que se julgaram cientes, de que o sal os tivesse curado, rumaram de novo ao acampamento junto á ponte.
Seriam já 2 horas da manhã e sob um belo luar de Janeiro, ao passarem em cima da ponte, esfaimados pelo desgaste da corrida, reparam que dentro do rio um estranho objecto reluzia, redondo e branco, o qual lhes fez lembrar de imediato um belo queijo, miraram voltaram a mirar, até o estômago ter chegado à conclusão que efectivamente se tratava de um queijo, e do bons….
Tinham de arranjar maneira de o tirar….Eis que surge uma ideia, por parte de um dos que ali se encontravam e orgulhoso, disse para os demais:
- Olhai-de que tenho uma ideia, eu como sou o mais forte fico em cima da ponte, debruço-me para o rio, agarro um pelas pernas e os outros sobem pelas minhas costas e vão descendo pelas dos outros um a um e um de cada vez , formando um cadeado ate chegar ao rio e agarrar-mos o queijo.
E aí está, meu dito… meu feito, já debruçado e agarrado o primeiro pelas pernas, começam os outros a subirem-lhe pelas costas e penduram-se um a um em cadeado até chegarem ao rio.
Já lá iam quatro, o quinto pergunta, para o fortalhaço:
-Como é? aguentas?
-Claro que aguento, não me conheces?
Pendura-se o sexto, e quando este ia a meio da descida, eis que se vira o homem da força:
- Olhai rapazes, eu aguento-me mas segurai-vos só um pouquinho, que quero cuspir nas mãos, e lá vai disto, caiu tudo ao Sabor, este não perdeu tempo e disse:
-Afinal já lá estáveis e não dizíeis nada, agarrai e trazei-o p´ra cima. Escusado será dizer, que o queijo não era nenhum e se tratava apenas do reflexo da lua no leito do Rio.
Bom, e fica por aqui esta breve história em jeito de anedota, falta-me uma outra parte, de que não me recordo já, todavia, sei que quando os nosso protagonistas e hermanos galhegos, assentavam o pavimento da ponte, esta terá desabado, pela falta de assímetria dos arcos de volta perfeita, e que está associado á queda, mais um epísodio cómico, mas os anos já me o varreram da memória.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

MENSAGEM DE ANO NOVO

O Mogadouro Terra e Gente, deseja a todos os seus, visitantes, colaboradores e amigos votos de de um próspero Ano Novo!!!!